Sexta, 17 de outubro de 2025


No Empório do Vinho BH, alguns dos felizes comensais e os orgulhosos anfitriões do lançamento das novas safras da vinícola Ervideira; chef Wellington Queiroz; o sommelier chileno, Ariel Pérez Navarro; o sommelier, Alexandre Braga; o proprietário da vinícola, Ervideira, no Alentejo, Portugal, Duarte Leal da Costa e o lendário sommelier, Allan Kardec. Foto: Arquivo Pessoal


Dia seguinte, outra equipe de ilustres, no Bené da Flauta, em Ouro Preto: o CEO importadora Atena/Ervideira, Pedro Davisson; o mesmo "wine hunter", Ariel Pérez Navarro; Carlota Leal, da Ervideira; o anfitrião e proprietário do restaurante, Philipe Versiani e Duarte Leal Costa da "campeã mundial", Ervideira. Foto: arquivo pessoal

Noite alentejana 

Em plena segunda-feira, 13, “uma noite, noite sem samba, noite comum de novela” – adaptando Paulinho da Viola - participamos de mais uma degustação de vinhos, mas não como todas, as comuns, aquelas com gente esnobe, muita falação e pouco vinho. Foi noite para lá de agradável, nas bandas do Alentejo, Portugal. Noite tão rica, que começou à tarde e foi até mais tarde, lá pelos idos de 22h. Valeu cada minuto.

Noite quente

Foi o “primo, sommelier e gentleman”, Ariel Perez Navarro quem nos brindou: “Atena Importadora e Empório do Vinho BH tem o prazer de convidar você, jornalista ou profissional da mídia especializada em vinhos, para almoço de apresentação e lançamento das novas safras da vinícola Ervideira”. Fomos e realmente foi um prazer.

Quente e aveludada

O convite continuava com mais detalhes e protagonistas, além dos convidados, entre chefs de cozinha e, claro, sommeliers. Vamos lá! “Durante o evento, você participará de uma degustação exclusiva de oito rótulos, cuidadosamente selecionados e apresentados pelos proprietários, Duarte e Carlota Leal que compartilharão as histórias e inspirações por trás de cada vinho”.

Aveludada e sedutora

O convite terminou assim: “Esperamos você para brindarmos juntos a chegada das novas safras Ervideira!”. E brindamos! E ouvimos, com muito prazer e atenção, a aula; simpática e informativa tertúlia de Duarte Leal que, realmente, é dono de muitas histórias. A começar pela tradição. Ele é a quarta geração de uma família que produz vinhos, salvo engano da traidora memória, há 145 anos, desde 1880.

Sedutora e tentadora

Como não somos especialistas, muito menos “enochatos”, nada de detalhes técnicos e retrogostos harmonizados em madeira, barricas e barris cítricos, franceses ou húngaros, combinado? Mas guardamos algumas frases de Duarte Leal que estava em Minas, pela primeira vez, há menos de 24h, assim como Minas não conhecia seus maravilhosos e mundialmente premiados vinhos.

Tentadora e forte

Seu maior cliente, pasmem, é o Canadá e, o maior consumidor de vinhos no mundo, são os Estados Unidos, os inventores da Coca-Cola, o grande e verdadeiro rival de Duarte Leal. Expliquemos: para Duarte os produtores de grandes vinhos, como os dele, não são concorrentes, mas marinheiros e almirantes no mesmo barco, convivência civilizada e amiga. O grande vilão é o consumidor de Coca-Cola que não bebe vinho. Boa né?

Forte e deliciosa

Concordamos porque, certa feita, em noite de tempestade, num restaurante em Lisboa, fomos testemunhas oculares do fato. Enquanto sorvíamos litros de vinho tinto, com Santa Sardinha frita, um jovem japonês, mochila de turista nas costas, sentou-se e, impunemente, cometeu a heresia de pedir um hambúrguer com.... lata de Coca-Cola. A solução foi pedir mais vinho.

Deliciosa e misteriosa

Recomendando que estudássemos o capítulo “vinhos de naufrágios”, outra bela informação de Duarte Leal. Um de seus tesouros, o tinto, “Conde de Ervideira – Vinho da Água”, tem 100 caixas, cada uma com 325 garrafas, lacradas, mas com fendas, mergulhadas a 30m de profundidade, no maior lago artificial da Europa, o Alqueva, no Alentejo.


Pena não ser pecado! Maravilhosos brancos, rosés e tintos da vinícola portuguesa, Ervideira, em Belo Horizonte. Foto: arquivo pessoal


Rótulos e embalagens como porta-joias da Ervideira. Foto: arquivo pessoal


O "Titanic dos Náufragos" a "Lanterna dos Afogados" o incontornável, "Conde D'Ervideira". Foto: arquivo pessoal


O mapa de todas as minas de ouro em Portugal. Foto: arquivo pessoal

Misteriosa e profunda

Ficam lá, afogadas e aprimoradas pela temperatura, luz e principalmente pressão, durante oito meses. Só então, Duarte e equipe recolhem 30 mil garrafas e mergulham outras 30 mil. Ah! A uva, única no mundo, mas “noiva” de outras 15, pode gerar “mil” vinhos diferentes, é a Antão Vaz que vive no Paraíso: com 3200 horas de ciclo vegetativo, no sacrossanto sol do Alentejo.

Profunda e vital

Bom, esta coluna que seria o samba de uma nota só, já está enorme, como nossa viagem aos domínios de Baco, em Portugal. Assim, vamos resumi-la, num texto compartilhado do Instagram: “10 sintomas da vida adulta: café sem açúcar, vinho, boletos pagos, vinho, silêncio, vinho, lugar para sentar, vinho, casa limpa, vinho”. Se este vinho for da Ervideira, só precisamos de um sintoma: vinho.