Domingo, 13 de abril de 2025
O maestro Roberto Tibirtiça que, nos dias 15 e 16, conduz a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, nos imperdíveis concertos "Messias", de Haendel, no Palácio das Artes. Foto: Paulo Lacerda
Messias Alemão
Quem foi Georg Friedrich Haendel (1685 - 1759)? Muito simples! Um compositor alemão, naturalizado britânico. Tão naturalizado que morreu em Londres. Mas por que estamos falando nele, em pleno 13 de abril de 2025? Mais simples ainda! É porque, abrindo a Semana Santa, com Haendel, o Coral Lírico e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais vão brilhar ainda mais.
Messias Inglês
Vão apresentar “Messias”, clássico de Haendel. Não contentes, a interpretação terá regência do maestro Roberto Tibiriçá, nos dias 15 e 16, às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. E pasmem! A obra foi composta por Haendel em apenas 24 dias, abordando nada menos que a encarnação, a Paixão, a crucificação e a ressurreição de Cristo.
Messias e filho
Vocês sabiam que Haendel nasceu no mesmo ano que Bach? Boa safra! Sabiam que seu pai era “barbeiro cirurgião”, estranhamente uma profissão muito comum na área médica durante a Idade Média. Este insólito ofício surgiu no fim do século 12 e durou até o século 18, para tratar dos soldados após as batalhas.
Messias em Minas
Aqui a interpretação contará com os solistas Marília Vargas (soprano), Carolina Faria (mezzo soprano), Vitorio Scarpi (tenor) e Johnny França (baixo-barítono). O concerto faz parte da programação do Minas Santa, iniciativa do Governo de Minas, via Secretaria de Estado de Cultura e Turismo – Secult/MG e mais!
Messias Cinematográfico
Do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – Iepha/MG, da Fundação de Arte de Ouro Preto – Faop e, claro, da Fundação Clóvis Salgado - FCS. Corram porque os ingressos já começaram a “tomar Doril”. Querem outra curiosidade sobre Haendel? Sua vida, no cinema, daria uma trilogia. A primeira, mostrando sua infância e formação na Alemanha.
Messias de Oratório
No segundo capítulo, Haendel estaria na Itália, onde ficou íntimo da ópera barroca, aprendizado que, a seguir, levou para a Inglaterra, tornando-se o músico mais importante de Londres. No último capítulo, sua consagração quando troca o teatro lírico pelo oratório! “Messias” é um oratório, em forma de concerto, sem representação cênica, cenários e figurinos.
Messias da Música
Outras curiosidades: além de grande compositor, também era um enorme instrumentista que dominava não só o cravo, como o órgão. Era estrategista (esperto), trocou as óperas pelos oratórios, simplesmente por serem muito mais baratos de produzir. Outra boa dele foi, na Inglaterra, compor em inglês, aumentando enormemente seu público.
Messias dos Messias
“Messias” aborda a vida de Jesus, de seu nascimento até a ressurreição, em três partes: Apresentação da profecia e o nascimento de Jesus; Episódios da Paixão, culminando no coral "Aleluia" e Redenção. A obra teve sua estreia em Dublin, Irlanda, na Páscoa, em 13 de abril de 1742.
Messias do Céu
Só foi apresentada em Londres um ano depois. Discretamente ganhou popularidade, eventualmente se tornando uma das composições para coral mais conhecidas e mais frequentemente executadas. Apesar de se basear na crença cristã, “Messias” tornou-se uma obra universal por tratar de um processo de redenção.
Messias da Terra
O maestro Roberto Tibiriçá destaca um momento da obra, o “Aleluia”. A interpretação é conhecida pela comoção do público, que se levanta para ouvi-la. “A Bíblia é considerada o livro mais lindo já escrito! ‘Messias’ de Haendel é considerada a obra musical mais linda e perfeita já escrita! Então, fica difícil eleger um momento em especial.
Em evento social e dos mais elegantes, Karla e Laura Emmerich. Foto: Edy Fernandes
Stephanie Sampaio dos Santos e o "chef dos chefs", Massimo Battaglini. Foto: Edy Fernandes
Curtas & Finas
*Reza a lenda que em sua estreia em Dublin, encantado com “Aleluia”, o Rei se levantou e todos no teatro fizeram o mesmo.
E isso se tornou uma tradição pelo mundo. Quando começa o “Aleluia”, a plateia inteira se levanta para ouvir de pé essa maravilha de música, contou-nos o maestro Tibiriçá.
À época de Haendel, em Londres, o povo inglês ainda cultuava seu último grande compositor, Henry Purcell.
O que fez então nosso Haendel? Misturou novidades e referências a Purcell. Pronto, virou o favorito da Coroa.
Era bem-humorado, mas muito exigente e não tolerava ser interrompido durante seus ensaios.
“Bon vivant”, Haendel adorava beber, comer e ser retratado por vários pintores, o que ajudou muito em sua popularidade.
Não se conhece em Haendel, nenhuma relação amorosa, mas caridosa.
Em seu testamento deixou grande parte de sua fortuna para obras de caridade, famílias de músicos, prisioneiros, doentes e principalmente órfãos e crianças abandonadas.
Aos 52 anos começa a sofrer ataques de paralisia. Cura-se, mas fica fragilizado. Tem outros ataques, se recupera até morrer em 1759.
Queria ser, discretamente, enterrado na Abadia de Westminster, mas seu funeral atraiu cerca de 3.000 admiradores.
Foi objeto da primeira biografia na história da música. O reverendo John Mainwaring mergulha em sua história e publica “Memórias da Vida e Morte de Georg Friedrich Handel”.
Não, não! “Messias” tem nada a ver com Jair Bolsonaro, “talkey”?