Paulo Navarro | Entrevista com João Vianna


Entrevista com o músico João Vianna. Foto: Adriane Horta

Um Homem Solar

João Vianna é músico, produtor cultural e comanda o projeto “Música na Árvore Solar”: cultura e sustentabilidade. Captaram a mensagem amadas leitoras, caros leitores? Explicamos! Nos shows, boa parte da energia usada vem de um sistema de placas solares instaladas numa van – tudo gerado e armazenado ali mesmo, com tecnologia de ponta. O projeto teve consultoria da UnB, já ganhou prêmio do IMEC e hoje é referência quando o assunto é cultura e transição energética. A mais recente edição do “Música na Árvore Solar” aconteceu dia 26, no São Bento, celebrando o “Dia Internacional do Jazz” e teve até a “Feira Gastronômica BH Cult”, com “aquela comida mineira”, pratos assinados por grandes chefs, cervejas artesanais e outros “pecados”. Música e sustentabilidade são cruciais, mas João vai além na lista de urgências: “preservação dos recursos naturais para as futuras gerações; combate ao desperdício de água e energia, reduzir a produção de lixo e utilizar meios de transporte compartilhados; reciclagem, economia de recursos e uso de fontes renováveis de energia”.

Entenderam? Ninguém precisa ser músico ou cientista, ninguém precisa de grandes estudos e diplomas para descobrir que o Planeta Terra não tem lata de lixo, mas tem fim. Todavia e cotovia vocês ainda têm tempo de ler a entrevista, esperamos! Tchau!

João, uma breve apresentação de João Vianna para nosso respeitável público, por favor.

Músico de uma família que, há quatro gerações, se dedica à essa bela arte, sendo os Vianna os primeiros a tocar em BH. Meu tataravô Trajano de Araújo Vianna fez um concerto na inauguração da Capital com a Orquestra de Ouro Preto, eu segui o talento da família, estudei muito e me dediquei de corpo e alma a todos os trabalhos para os quais fui chamado e hoje estou colhendo os frutos do que plantei, tendo o reconhecimento de meus apoiadores e patrocinadores.

O que é o premiado projeto “Música na Árvore Solar”?

Uma iniciativa cultural brasileira que une arte e sustentabilidade ao realizar shows gratuitos em palcos movidos por energia solar. Utilizando uma matriz energética fotovoltaica, o projeto promove eventos musicais com baixa emissão de poluentes, destacando-se por seu compromisso ambiental. Em reconhecimento à sua inovação e contribuição para a transição energética, foi premiado pelo Instituto Mineiro de Engenharia e Tecnologia IMET em 2022. Somos três diretores que determinam as ações no projeto: Robson Assis (direção geral), André Trindade (diretor de comunicação) e João Vianna (diretor artístico).

E a sustentabilidade? Fala-se muito dela, mas o que realmente é feito e praticado?

A sustentabilidade busca equilibrar o atendimento às necessidades humanas com a preservação dos recursos naturais para as futuras gerações. Na prática, muitas pessoas adotam ações como evitar o desperdício de água e energia, reduzir a produção de lixo e utilizar meios de transporte compartilhados. No Brasil, uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria revelou que 88% da população pratica regularmente mais de cinco hábitos sustentáveis, demonstrando um comprometimento crescente com o meio ambiente. 

Não é o que parece, mas acreditamos em você... E é ótimo!

Sustentabilidade vai além do discurso é uma prática diária que exige escolhas conscientes. Isso inclui desde reciclagem e economia de recursos até o uso de fontes renováveis de energia. O projeto “Música na Árvore Solar” é um exemplo concreto disso: realiza eventos musicais utilizando energia solar, com redução de uso de geradores a diesel ou redes convencionais. Ao integrar cultura e responsabilidade ambiental, ele inspira o público a repensar hábitos e mostra que é possível promover grandes experiências com impacto ambiental positivo. É arte com propósito e ação.

O que aconteceu dia 26 de abril, no bairro São Bento?

Realizamos uma edição especial do projeto dedicada ao “Internacional Jazz Day”, terceira edição consecutiva em parceria com o Instituto Herbie Hancock e a Unesco, que são os criadores desta data para reverenciar o Jazz em todo mundo como ferramenta de aproximação dos povos e inclusão.

O dia foi escolhido por ser o “Dia Internacional do Jazz”?

Sim, fomos pioneiros no reconhecimento da importância desta data e na efetivação da parceria com a UNESCO e nossa intenção é ter anualmente este evento no Calendário de BH e poder dar visibilidade aos jovens músicos e homenagear os já consagrados.

No repertório, “só” Jazz ou outras delícias?

O jazz é uma linguagem musical que deixa o músico criar, improvisar e, sendo assim, outros estilos musicais que não sejam o jazz podem se tornar uma vertente, como pop jazz, bossa jazz…

Quem participou do show?

DJ Fê Lins, Charanga Pop, Beto e Wilson Lopes convidam Toninho Horta e, fechando a programação, Banda No Stress, que é meu trabalho instrumental e conta com a participação do kiko Oliveira nos teclados (artista PCD), Robinho Batera e participações especiais de Luciano Soares (guitarra) e Sandro Duarte (baixo).

Você já trabalhou e se divertiu com outras feras da música, correto?

Posso dizer que sou um cara de sorte (a sorte anda do lado dos que são persistentes). Com 19 anos, já estava tocando um trabalho com Paulinho Pedra Azul e, aos 20, com o Skank, com quem fiquei 10 anos. Depois fui tendo convites para gravações e shows com grandes nomes como Lulu Santos, Pepeu Gomes e liderei a Banda Vil Metal por anos.

Espetáculo também da Feira Gastronômica BH Cult?

BH Cult já se consolidou como uma Feira Gastronômica referência e nossa parceria é uma simbiose. Colaboramos com a parte artística e estrutura de show e a Feira nos dá os serviços que também atrai o público, que são as bebidas e comidas trazidas de fornecedores reconhecidos. Outro evento parceiro é o Junglebeer.

Fale sobre a Muzak Promoções.

Muzak é minha empresa que dá suporte a shows e artistas que fazem parte dos projetos, ou que agenciamos para eventos corporativos e prefeituras, dentre eles, artistas regionais e nacionais que são representados pelo meu sócio Ernesto Rodrigues.


Como vai a Cultura em Minas e no Brasil?

A Cultura em Minas está muito bem representada pelo Secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira e sua equipe! Minas vem batendo recordes de atração de turistas e grande parte disso  se deve às políticas de incentivo aos Festivais de Gastronomia, Música e Cultura que abrigam toda uma cadeia produtiva e, ao mesmo tempo, atraem público regional e turistas de fora. No âmbito nacional, também tivemos uma expansão de eventos através das Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc que foram criadas no período da pandemia e ficaram; além da Lei Federal que também teve aumento na injeção de recursos.

Qual a próxima ação para este ano de 2025?

Estamos buscando parceria para realizar uma edição do “Música na Árvore” em São Paulo e por sermos pioneiros no uso da energia solar para se fazer a música, acreditamos que existe uma perspectiva enorme de crescimento. E São Paulo é a etapa que vai nos impulsionar para as demais regiões do Brasil! Após várias edições, estamos preparados para representar Minas Gerais em qualquer lugar do mundo.