Paulo Navarro | Entrevista com Fabi Metzker


Entrevista com Fabi Metzker. Foto: Helton Lima

A Fabulosa Fabi

A cantora e compositora, Fabi Metzker, lançou um álbum e apresentou o videoclipe de “Woman’s World”. Que tal esta apresentação de nossa convidada de hoje? Muito é muito pouco, certo? Então abramos o baú de felicidades para descobrirmos, mesmo antes da entrevista, um pouco sobre esta talentosa e bela mulher, dona de voz e trabalho idem. O álbum lançado, que ela insiste em definir como autoral, é “Lady Fab”, recheado por muito chocolate e creme, quer dizer, oito canções, habitantes das terras da delicadeza, da potência e das mensagens de resistência. O disco  já está nas plataformas, abraçando “nossas vulnerabilidades e transformando-as em força. Cada música tem um pouco de mim, mas também fala de todas as mulheres que resistem, se reinventam e florescem todos os dias”, canta Fabi. A seguir – é muita coincidência! -, a mesma Fabi explica “Fab” e o sobrenome que pode ser encontrado, em especial, na Áustria, mas também na França, Hungria e até na Romênia, mais especificamente na Transilvânia, terra de Drácula! Mas fiquem tranquilos, Fabi só vai na jugular da música. Música que domina em inglês, mas que sonha, um dia, em breve, fazer em português. Por enquanto, quem quiser saber e ver um pouco mais do mundo de Fabi, pode, antes ou depois da entrevista, assistir ao videoclipe, “Woman’s World”. Nele vocês entenderão os planos de Fabi para 2026: seguir equilibrando seus papéis de artista, mãe e empreendedora.

Fabi, este nome deve vir de Fabiana... E o sonoro e melódico sobrenome, Metzker?

Sim! Fabi vem de Fabiana e Metzker é meu sobrenome de origem alemã - um nome diferente, que sempre despertou curiosidade e acabou se tornando parte da minha identidade artística. Gosto da sonoridade dele e da força que carrega. É melódico, marcante e me representa bem.

Você está lançando um “novo álbum”. Isso quer dizer que você tem outro ou outros?

Sim! Em 2016 lancei um EP chamado “Undoing”, com músicas autorais e versões que criamos de canções que eu amo - foi meu primeiro passo no universo da composição e da produção. Agora, com “Lady Fab”, apresento um novo capítulo, mais maduro e autêntico, que reflete a mulher e a artista que me tornei ao longo dos anos.

No caso de “Lady Fab”, o novo, tem a ver com Lady Gaga ou mergulha no universo de Billie Holiday?

O nome “Lady Fab” não vem de nenhuma delas, embora eu admire muito ambas. Ele vem de Fabi e também de “fabulous” - uma brincadeira com esse lado feminino, divertido e livre de ser quem se é. É um alter ego que celebra autenticidade, coragem e amor próprio.

O álbum tem “mensagens de resistência”. Resistência a quê?

A tudo o que tenta nos desconectar da nossa essência. Às pressões, aos padrões, à falta de tempo para sentir. “Lady Fab” fala sobre reencontro, aceitação e fé na beleza da vida mesmo em meio ao caos. É uma resistência poética - um lembrete para continuar acreditando e se expressando com verdade.

Resistência rima mais com poesia ou resiliência?

Com as duas. Poesia é o que dá sentido às nossas vivências, e resiliência é o que nos mantém de pé. As duas caminham juntas na minha trajetória - tanto na arte quanto na vida.

Você está no “País das Maravilhas”, a música, há quanto tempo?

Desde sempre. Sempre gostei de música, de cantar…. Em minha família não há músicos, mas muita gente apaixonada por música - ela sempre esteve presente nas nossas rodas, nas viagens, no dia a dia. Depois que me casei com Helton Lima, músico e produtor, me abri de vez para esse universo. Juntos criamos o “Luva Lab Estúdio”, onde comecei a dar forma às minhas próprias canções. Mas foi nos últimos anos, entre a maternidade e o reencontro comigo mesma, que mergulhei mais fundo nesse caminho como artista solo.

Fale um pouco do “bônus”, o videoclipe, “Woman’s World”.

O clipe de “Woman’s World” é um tributo à força, à sensibilidade feminina. Quis mostrar mulheres reais, com suas potências e vulnerabilidades, em imagens que celebram conexão, liberdade e empatia. O vídeo está disponível no YouTube com legendas, Libras e audiodescrição - porque acredito que arte é para todas as pessoas. O lançamento do clipe marcou também uma celebração do álbum “Lady Fab” e foi realizado com o apoio da Lei Paulo Gustavo, o que tornou possível concretizar esse projeto.

Por que os títulos das canções e o videoclipe, em inglês? Tua formação? Inspiração?

Morei fora durante a infância e sempre tive uma relação natural com o inglês. Além disso, minhas influências musicais transitam muito pelo pop, soul e jazz contemporâneo, então o inglês surge de forma espontânea na composição. Gosto de como a língua flui musicalmente e me permite explorar nuances de interpretação diferentes.

As mulheres são, ao mesmo tempo, fortes e vulneráveis?

Sim, e é exatamente isso que nos torna tão poderosas. A força e a vulnerabilidade não se anulam - elas se completam. Ser vulnerável é ter coragem de ser verdadeira, de sentir, de se mostrar. E isso é, por si só, um ato de força.

As mesmas mulheres, “unidas, vencerão”?

Com certeza. Quando uma mulher se permite brilhar, ela inspira muitas outras. A união feminina tem um poder transformador. “Woman’s World” fala disso - sobre um mundo onde mulheres caminham juntas, com empatia e amor, sem precisar competir.

Shows à vista?

Sim! Estou me apresentando em algumas casas de show em Belo Horizonte e também em eventos particulares. Tenho muita vontade de fazer um show - ou até uma turnê - com esse trabalho, com certeza. Seria mais um sonho realizado. Além disso, estamos preparando o show de lançamento do álbum “Lady Fab” para o início de 2026, com uma formação linda de banda e uma estética que une poesia, “groove” e luz. Quero também levar esse repertório para festivais e espaços que valorizam a música autoral e a presença feminina na cena.

Planos para 2026?

Divulgar o álbum, fazer shows e continuar compondo. Tenho vontade de colaborar com outras artistas e talvez lançar um EP em português. Também quero seguir equilibrando meus papéis - o de artista, mãe e empreendedora - porque é dessa mistura que vem minha força criativa.

Gostaria de responder à pergunta que não foi feita?

Talvez: “O que te move?”. E eu responderia: o desejo de conectar. A música, pra mim, é sobre criar pontes - entre pessoas, histórias e sentimentos. É sobre transformar o que se vive em arte e, quem sabe, inspirar alguém a fazer o mesmo.