Sábado, 11 de janeiro de 2025


Sem folia, mas com muita realeza, nossa primeira princesa de hoje, Constanza Fernandez. Foto: Edy Fernandes

Foi lindo

A santa chuva, criada e abençoada por Deus, inexplicavelmente, conspirou, mas não conseguiu “jogar água no chope” no fim do espetacular, luminoso e iluminado “Natal da Mineiridade”, dia 6, na Praça da Liberdade, com a celebração do “Dia de Reis”, que marca o encerramento do Natal. 

Foi divino

O público devolveu a participação gratuita, com a fé que não costuma falhar. Assim, as águas de janeiro apenas atrasaram o encontro que reuniu grupos de folia da capital e do interior. O cortejo, foi abreviado e rumou direto para o Palácio da Liberdade, onde ocorreu também a encenação do “Presépio Vivo”.

Foi mágico

Vale lembrar que, pode lembrar, mas “Folia de Reis” não tem ligação com o Congado. São manifestações que se distinguem por suas origens, mas “apenas” se complementam na preservação da identidade do povo brasileiro. O primeiro é uma manifestação cultural e religiosa afro-brasileira que mistura a fé católica com a africana”. 

Foi emocionante

O Congado representa a coroação do rei do Congo, via dança, cantos e cavalgadas, uma tradição de louvor à Nossa Senhora do Rosário. Já a “Folia de Reis” é um festejo de origem europeia, ligado ao Natal. Na festa católica, trazida pelos portugueses, os foliões saíam às ruas, pedindo esmolas, para homenagear a chegada do Salvador.


Sem perder a majestade de 2024, Cris Valias 2025. Foto: Edy Fernandes

Foi real

Mas o que é e como nasceu o “Dia de Reis”? Achamos uma boa aula na página/site “Minas um Luxo”. O “Dia de Reis” representa a visita dos três reis: Baltazar, Gaspar e Melchior, ao menino Jesus. Indo além da religião, mescla tradições culturais, gastronômicas e artísticas pelo mundo.

Foi irreal

Gaspar representa o povo asiático e simboliza a sabedoria; Melquior, associado à Europa, simboliza a nobreza e Baltazar, ligado à África, representa a coragem. Foram guiados pela estrela de Belém e ofereceram ouro, incenso e mirra ao recém-nascido, presentes portando abissal simbolismo.

Foi surreal

À César o que é de César! O ouro para o rei, o incenso para o divino e a mirra para o mortal: fé e generosidade. Cá em Minas, estado disfarçado de presépio e catedral, o “Dia de Reis” é celebrado com ternos e folias nas ruas, cantos e danças que homenageiam o nascimento de Cristo e a visita dos magos. Mais um patrimônio cultural nosso, “sorry periferia”. 

Foi sensacional

Países muito católicos como França, Itália, Espanha e México marcam a data com festas grandiosas, desfiles coloridos e a troca de presentes. Um dos destaques é a famosa rosca de reis (Roscón de Reyes), um pão doce recheado com frutas cristalizadas e “um mimo” escondido em seu interior, que promete sorte para quem o achar.

Foi um luxo

Hoje – não botamos a mão, nem os dedos no fogo - na correria e no vício em telefones celulares, o “Dia de Reis” deveria nos convidar a desacelerar e refletir sobre valores como a união, a partilha e a renovação da fé, como o próprio Natal e a Páscoa. É também o momento de desmontar árvores de Natal e presépios, fechando um ciclo e abrindo espaço para novos recomeços. Tudo muito bonito se realmente acontecesse!


Rainha que não precisa de cetro, nem coroa, Mariana Leite. Foto: Edy Fernandes

Lança-Perfume

*Ainda no “Minas um Luxo”, recolhemos algumas simpáticas e pueris simpatias características do “Dia de Reis”.

No Dia de Reis é comum fazer simpatias para atrair “dindim”.

Colocar, não uma nota de dólar, mas três folhas de louro na carteira, simbolizando proteção e abundância ao longo do ano.

Talvez a mais popular envolva a romã, também chamando prosperidade e fartura. 

Primeiro, vejam se o vizinho tem um pé de romã, se não, supermercado ou sacolão! 

Depois, basta retirar nove sementes da fruta, guardar três na carteira para atrair dinheiro, comer três pedindo saúde e paz, e jogar as outras três ao vento.

Isso, agradecendo pelas bênçãos e desejando boa sorte para o ano que se inicia. 

O luxo da tradição? O verdadeiro luxo está nas raízes e no espírito comunitário.

Honras ao passado, vivas ao futuro com gratidão e esperança.