Coluna Dolce Vita

Na Quixote Livraria, Savassi, Cristina Medioli, no lançamento de seu livro, “Versões do Corpo: um percurso na psicanálise e na arte”. Foto: Arquivo Pessoal

Natal total

Natal! Seu lado espiritual e, claro, comercial. Infelizmente, em um mundo tão consumista, o segundo prevalece, para júbilo do comércio. Não apenas no Natal, mas o ano inteiro, quem pode deveria também ser mais solidário, generoso e gentil. Afinal, pelo menos para os cristãos, foi o que ensinou o aniversariante do dia 25 de dezembro.

Natal essencial

Sem drama e hipocrisia, o lado comercial também é ótimo, gera renda e emprego, o que permite que a vida de muita gente seja mais digna e menos injusta. Temos o hábito salutar e civilizado de presentear amigos, familiares e próximos em aniversários, datas especiais e principalmente no Natal. E um presente diz muito sobre quem dá e sobre quem recebe.

Natal presencial

O mundo seria melhor se as pessoas presenteassem com livros. Porque, hoje, as pessoas leem cada vez menos. Não têm opinião própria e são presas fáceis de, digamos “influenciadores”. Nesta semana “louca” de compras, experimentem uma livraria e constatem pessoalmente as maravilhas que cada uma oferece, infinitos temas, para todos os gostos.

Natal mental

E temos uma dica que promete agradar, seduzir e ensinar até mesmo quem acha que sabe muito. Estamos falando de Cristina Medioli que acaba de lançar o livro, “Versões do Corpo: um percurso na psicanálise e na arte”. Primeiro na livraria Quixote, depois no Café com Letras, Savassi. 

Natal corporal

Como psicanalista, há mais de 20 anos, Cristina Medioli usa casos clínicos e filmes como “A Garota Dinamarquesa”, “Cisne Negro” e os movimentos da dança, analisando “a relação entre várias desordens e suas origens psíquicas na inadequação entre o corpo real e sua representação, mostrando o que escapa das determinações sociais”.

Natal existencial

Para Cristina, “na ligação entre a psicanálise e a arte, o corpo tem expressões artísticas, como as tatuagens. Pinturas e tatuagens são habituais em certos grupos e mostravam a que tribo aquela pessoa pertencia e que função exercia nela. São expressões artísticas e simbólicas do, e no corpo”, com vários exemplos no livro, incluindo a “street art”.

Natal fundamental

“O fundamental é que a psicanálise trabalha com o inconsciente; a arte é uma manifestação do inconsciente. Os quadros de Pablo Picasso, com rostos e corpos ‘despedaçados, distorcidos, tortos’ são imagens que vêm do inconsciente. Salvador Dali afirmava, em seu surrealismo, o mesmo fenômeno”

Natal incondicional

“A psicanálise trata, cura e a arte é uma forma de contornar um desconforto psíquico. Famosa pintora, aqui em Belo Horizonte, dizia não precisar de análise porque ela já tinha seu trabalho, suas telas. Interessante, mas nem todo desconforto pode ser representado ou tratado pela arte”.

Abrindo merecida exceção, uma foto fora do padrão da coluna, mas exibindo nossa sugestão de Natal, que também é o tema da coluna de hoje. Foto: Arquivo Pessoal

Lança Perfume

*Aqui, analisamos “Versões do Corpo: um percurso na psicanálise e na arte”, muito superficialmente, que merece e deve ser lido na íntegra, com calma e atenção.

No bate-papo “Café Literário”, no Café com Letras, “o debate levantou questões sobre a adaptação do corpo aos novos padrões de beleza”.

“Será que a magreza anoréxica ainda é um modelo no qual se espelhar?”.

“Quais são as novas patologias alimentares provocadas pela dismorfopercepção corporal?”.

“Quais são os momentos da vida  quando as mudanças corporais precisam se enquadrar em um novo psiquismo?”.

Por fim, Cristina Medioli indica “Lacan, L’Exposition - Quand l’art rencontre la psychanalyse” ou “Lacan – A Exposição – Quando a arte encontra a psicanálise”.

Exposição para quem pode! Porque está no Centro Pompidou-Metz, em Metz, França, um centro de arte dedicado à arte moderna e contemporânea.

O psicanalista francês, Jacques Lacan (1901-1981) teve uma relação muito forte com obras de arte.

LACAN, L‘EXPOSITION

Lacan frequentou Salvador Dalí, André Masson, Georges Bataille, Pablo Picasso e Dora Maar, que muito influenciaram seu pensamento.